quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O charme discreto da burguesia

Hoje quando acordou notou que até os cabelos e as pestanas
lhe doíam. Já tinha sido avisado dos malefícios do álcool, mas
você ripostou: "O que faz mal são as misturas, ora eu não misturo
nada com o álcool." Uma das suas decisões para este ano novo foi
de ler mais. Assim, abre pela primeira vez os livros que recebeu
de prenda pelo Natal e com a visão ainda turva começa a folhear...
"Quem foi o caramelo que me ofereceu O condicionamento do
pau para cachimbo no sul da Austrália?"
( Obrigado a Luis Buñuel pelo o título)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Réveillon


A palavra Réveillon é de origem francesa. Vem da palavra "réveil" ou do verbo "réveiller"(acordar). A sua definição é de uma refeição a meio da noite principalmente na véspera do Natal ou do último dia do ano. O sufixo aumentativo "-llon" dá um resultado peculiar que se poderia traduzir em português da Barbárie por "acordanço" ou no imperativo do verbo francês por "acordemos". Assim o primeiro de Janeiro poderia chamar-se "Ressacaillon" ou "Deixemedormirllon".

sábado, 26 de dezembro de 2009

Procrastinação de fim de ano / Procrastination de fin d'année


- Ai os meus triglicérides! Amanhã começo a dieta!
- Querido, amanhã é a passagem de ano!
- Está decidido! Depois de amanhã começo a dieta!
____________________________________
- Aie! Mes triglycérides! Demain je commence un régime!
- Mais chéri, demain c'est la fête de fin d'année!
- Et zut! Après-demain de commence un régime!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Um velho cliché / Un vieux cliché

Sob um pretexto de duas tiras de BD sobre Thomas Edison,
alcunhado de "sorcerer" que mais uma vez produzi para um
livro de português quero recordar um outro feiticeiro, velho
autor de "cartoons" americanos. Só os desenhos das tiras são
meus, a ideia veio da autora do manual. Será? Este tipo de
situações "non-sense" foi em grande parte inventado pelo
genial TEX AVERY , um dos realizadores zarolhos de Hollywood
e "pai" de personagens tais como o Droopy, Wolf, Spike, Bugs
Bunny etc... Vi vezes sem conta curta-metragens tais como
"Magical Maestro" e continuo a achar tanta piada como da
primeira vez, e não há nenhum adolescente borbulhento que
não estremeça ao assistir à cena de cabaret em que entram
o vilão Wolf e a espampanante Red. Por muito que uma ideia
seja boa, quando é usada e abusada muita vez acaba por se
tornar um "cliché". Não deixemos, porém de aclamar o senhor
que antes de todos teve a ideia!
Par le biais de deux strips sur Thomas Edison, genial inventeur
que l'on avait surnommé "sorcerer" je voudrais rendre un
hommage à un autre sorcier, cette fois des "cartoons" americains,
le génial TEX AVERY. Il est l'un des pères de l'humour "non-sense"
et de plusieurs de mes personnages préférés comme Bugs Bunny,
Droopy, Spike, Red (la chanteuse de cabaret) et de son admirateur
le loup Wolf. À force d'être utilisée un bonne idée peut devenir un
cliché. Ne nous privons pas, cependant, d'applaudir le monsieur
qui en a eu l'idée.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Descalça vai para a fonte


Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.

Luís de Camões

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

"Vamos às Marias?" / On va voir les filles?


Que saudades eu tenho por vezes do meu tempo de tropa,
daquela sã camaradagem onde a principal questão do dia
era saber onde iríamos encontrar as moças ao fim da tarde.
Empregadas de café, sopeiritas, alunas do magistério,
miúdas do campo, todas paravam nos bailes populares onde
os maçaricos (entenda-se recrutas) repetiam anedotas brejeiras
que faziam corar os garotas. Falava-se das manias das "patroas
e dos "patrões", das notas dos exames, e de sonhos de casamento.
Tudo isto num ambiente malicioso de brincadeira namoradeira
mas com um toque de inocência que me deixa nostálgico.
São 20h00, temos ordem de saída e diz o cadete Andrade
de Britiande com um brilhozinho nos olhos:
" Pessoal, bamos às Marias?"

Legende du dessin: " Si vous n'avez plus besoin de moi ce
soir, je pense aller m'encanailler sous les jupes d'une
gentille péronnelle".

domingo, 20 de dezembro de 2009

Que bom estar em casa! C'est si bon d'être chez soi!


Vem aí uma época em que costumamos passar mais
tempo à mesa, seja para comer, para conversar ou
simplesmente para estar com as pessoas de quem
gostamos à nossa volta.
A Ilustração foi tirada dum livro que ilustrei para
a Cidália Fernandes editado pela Plátano no ano
passado, "As pegadinhas de S. Gonçalo".
Nous sommes à la veille d'une époque de l'année où l'on
passe plus de temps autour de la table que d'habitude;
On mange, on discute ou tout simplement parce qu'on
a autour de soi les personnes qu'on aime.
L'image est tirée d'un livre que j'ai illustré l'année
derniere sur la vie de S. Gonçalo

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Palhaço assassino / Clown assassin

Sempre que vejo um palhaço tenho tendência
a ficar de pé atrás e espírito alerta. Não é que sofra
propriamente de coulrofobia (medo de palhaços), mas a
verdade é que ainda não consegui achar graça a tais figuras,
sobretudo quando se notam rugas inquietantes debaixo
da maquilhagem. Vêm-me logo à mente psicopatas fugitivos,
assassinos diabólicos "à Stephen King", ou uma versão
travestida do "homem do saco" que atrai criancinhas com
doces envenenados. Para mim um circo devia apresentar
garotas trapezistas vestidas de tutu e pouco mais.

Chaque fois que j'ai un clown devant moi, j'ai une sérieuse
tendance à me méfier et rester sur mes gardes. Je ne
crois pas souffrir de coulrophobie, mais la vue la vue de
rides inquiétantes sous leur maquillage me font penser à
des psychopathes fugitifs ou à des assassins en puissance.
(Un peu aussi à ma voisine). à mon avis, un cirque devrait
présenter des jeunes filles trapézistes en tutu et
puis ce serait tout !

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O rei e a corte / Le roi et la cour

Ilustração para um texto cujo nome não me recordo
e que não deve ter certamente nada a ver com o título
pomposo da mensagem.
Illustration pour un texte dont je ne me souviens plus du
nom mais qui ne doit rien á voir avec le titre pompeux du message.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Matemática, meu amor / Mathématique mon amour


-Ilustração do ano passado para um livro de matemática-
O grande Jacques Brel disse certa vez ter passado ao lado
das mulheres no sentido de nunca as ter percebido. Eu posso
dizer o mesmo da matemática. Há uma beleza fascinante
naquela lógica que explica o mundo através dos números.
Lamento agora pena não ter aprofundado esta ciência
(talvez por estar tão virado para a Arte). Voltando ao Brel,
ele não poderia ter sido grande aluno de matemática, pois
as mulheres e a matemática partilham muita coisa:Curvas
promissoras de dores de cabeça em esquemas que só lembra
o Diabo, problemas simples que pedem equações complicadíssimas
e algoritmos complicados que se resolvem com o mais simples
bom senso. A Matemática: não a compreendemos totalmente
mas não podemos viver sem ela!
-Illustration pour un livre de Maths de l'année dernière-
Le grand Jacques Brel a dit un jour être passé à côté des
femmes, de ne pas les avoir totalement comprises. Je puis
dire la même chose des Mathématiques : il y a une beauté
fascinante dans cette science qui interprète le monde avec
des chiffres. Je regrette aujourd'hui ne pas avoir accordé
plus d'attention aux maths. (Trop enclin à l'Art, sans doute).
Quant à Brel, il ne devait pas avoir la bosse des maths non
plus, car il y a tant de choses communes entre la Femme et
cette science : des courbes de diagrammes sinueux qui
annoncent les maux de tête, des problèmes simples qui
demandent des équations tortueuses et des algorithmes
compliqués qui se résolvent avec le plus simple des bons
sens. Les Maths : on ne les comprend jamais totalement,
mais on ne peut pas vivre sans elles !

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Filosofia do sem abrigo

Mais uma ilustração com finalidade escolar. Espero que quando forem
adultos, os putos e alunos de hoje guardem boas lembranças destas
imagens. Eu tenho algumas da minha infância ainda em mente.
Sobretudo dos livros de história. Já ilustrei alguns manuais de
matemática e por isso já devo ter criado algumas inimizades
latentes. Desenhador é uma profissão de risco(s).
Já que a época das festas se aproxima, e que a ilustração se presta
a isso, quero dizer que para além das prendas, das comemorações
e até da Religião, é o tempo de solidariedade. Para muita gente,
a ideia do inferno não assusta pois já o vivem na terra. Ouvi um
dia na TV um sem abrigo despejar cá para fora" Se Deus existe,
é um filho da p..." Pode parecer chocante, mas resume numa frase
alguns séculos de uma certa filosofia...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Camões- De vós não conhecido nem sonhado


Mais tarde ou mais cedo teria de falar aqui do meu álbum BD
"CAMÕES-De vós não conhecido nem sonhado". Durante dois
anos e meio, foi uma verdadeira aventura em que todos os dias
ia avançando lentamente até ao final da prancha 62. Agora que
estou a começar outro projecto, vem-me à mente a imagem
daquela "dechgraçadinha estuberculosa" que abandona o filho
mais velho ao cuidado do convento para poder tomar conta do
mais novo. Mas nada disso... Camões, fica sabendo que te vou
seguir no teu percurso e quero ter a certeza que desta vez
acabas os estudos na faculdade!
Do próximo álbum vou dizer pouco, apenas que desta vez vai
ter colaboração no argumento da flamejante Aida Teixeira
cujos diálogos vão fazer cantar as solteiras e fazer chorar as
casadas.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Não chateiem o Bocage!

A certa altura da sua vida, Bocage morou no primeiro andar
dum velho casebre do bairro da Graça. O vizinho do rés-do-
chão, um caçador inveterado, costumava acordá-lo de manhã
ao experimentar as armas e afinar pontaria contra o muro do
quintal. Um dia ao acordar sobressaltado com os tiros, Bocage
mais irritado do que o costume, desfez à martelada o alguidar
cheio da água do banho, o que criou uma inundação no andar
de baixo ao passar pelas frinchas do soalho velho. O vizinho
e a esposa berraram, protestaram, e Bocage respondeu-lhes:
- Não se assustem que não é nada! O vizinho anda todas as
manhãs à caça... eu ando à pesca!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Bobo da corte


Antigamente todo o rei tinha um bobo da corte que era a única
personalidade dentro do reino que podia criticar abertamente
o monarca para deleite dos cortesãos e do povo.
Hoje, os bobos são muito menos corajosos, mais bajuladores
e ao lado do dirigente dum país, parecem mais estar a gozar
com o povo, tanto nos comentários como nos próprios actos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma anedota do Bocage

Já era habitual o Bocage ser convidado para os chás
do comendador Augusto Xavier da Silva, amigo do
da família do poeta. Certa vez o comendador quis
pregar uma partida ao vate setubalense e sem este
saber deu-lhe um chávena de chá a ferver e disse:
- Dá-se um prémio a quem tomar o chá mais depressa!
O Bocage apressou-se a levar á bebida à boca e ao
escaldar-se deixou transparecer uma careta de dor
deixando escapar um ruidoso traque!
Logo exclamou:

"Foge desgraçado,
Que morres escaldado!"


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O corvo e a raposa

É fama que estava o corvo
Sobre uma árvore pousado
E que no sôfrego bico
Tinha um queijo atravessado.
Pelo faro, àquele sítio
Veio a raposa matreira,
A qual, pouco mais ou menos,
Lhe falou desta maneira:
"- Bons dias, meu lindo corvo,
És glória desta espessura;
És outra fénix, se acaso
Tens a voz como a figura. "
A tais palavras, o corvo,
Com louca, estranha afouteza,
Por mostrar que é bom solista
Abre o bico e solta a presa.
Lança-lhe a mestra o gadanho
E diz: "- Meu amigo, aprende
Como vive o lisonjeiro
À custa de quem o atende.
Esta lição vale um queijo;
Tem destas para teu uso."
Rosna então consigo o corvo
Envergonhado e confuso:
"- Velhaca, deixou-me em branco;
Fui tolo em fiar-me dela;
Mas este logro me livra
De cair noutra esparrela. "
-
La Fontaine - Tradução de Bocage





terça-feira, 1 de dezembro de 2009

1º de dezembro- Dia da restauração.


Lenda dos Açores

A lenda da "Ilha das sete cidades" é uma história muito bonita
que relata de uma maneira quase onírica a origem das duas lagoas
da ilha de S.Miguel coladas uma à outra. Uma é azul a outra verde.
Só visto in loco!

domingo, 29 de novembro de 2009

Pedro e Inês

Temos em Portugal uma história de amor mais bonita que
a afamada peça de William Shakespeare "Romeu e Julieta".
E ao invés dos amantes de Verona, D.Pedro e Inês de Castro
existiram realmente tal como o seu amor.
Ainda este ano estreou um tele filme francês baseado na obra
de Henry De Montherlant "La reine morte" e que relata a paixão
do rei português e da sua esposa galega. Foi filmado em Portugal
com actores franceses nos principais papéis.
Espero ver um dia num canal português.

sábado, 28 de novembro de 2009

Senhora procura cavalheiro

"Senhora séria e conservadora procura cavalheiro para amizade"
-Não me faças rir! Deves ser uma velha decrépita.
"Senhora apreciadora dos bons prazeres da vida procura cavalheiro
para partilhar os seus dotes culinários."
-Deves ser uma gorda balofa!
"Senhora muito só procura companhia para longos serões de inverno."
- Arranja um cão!
"massagens", "massagens tailandesas", "massagens íntimas"...
- O que fará que haja tanta massagista solteira? Alguma
idiossincrasia da profissão?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Redacção


a minha Crida purfesora.

a minha crida purfesora é a milhor purfesora do mundo.
É a mais bunita e mais iteligente e dá sempre trabalhos muinto
bunitos pra gente iscrever e tanbem pra dizenhar. cuando for
grande tanbem queru ter oculus cor de rosa e baton que chaira
a rozas. cuando for grande queru ser purfesora ou ser ospedaira
nus aviaos da tape. Mas queru mais ser purfesora purque vou ficar
ó pé das minhas amigas vanesa e elizanbete e pra ficar na minha
iscola tao linda . é a milhor iscola do universo.
eu amote muinto minha crida purfasora.
Maria Garbiela

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Full color

A versão a cores do esboço "literatura de cordel".
Os alfarrabistas sempre me intrigaram. São uma mistura de
taberneiros e de filósofos ignorados. Conheci um (já bem velhote)
que me contou um pouco da sua vida. Disse ele ter viajado muito,
ter conhecido todos os continentes, ter ganho e perdido grandes
fortunas. Chegou a estar noivo de uma cantora de ópera.
Hoje vendia-me "Mundos de aventuras" e velhos álbuns do "Tintin"
em segunda-mão, num ambiente quase sufocante que misturava
o cheiro do bagaço, do tabaco preto e do pó da pasta de papel.
Falava algumas palavras de várias línguas e citava Schopenhauer
e Nietzsche.
Seria realidade ou estava ele simplesmente a vender-me
mais um "mundo de aventuras" inspirado nas suas leituras
aos quadradinhos? E no final isso importa?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Lendas da História de Portugal

Nesta época festiva não posso deixar de participar a saída de um
livro sobre as lendas de Portugal escrito pelo meu amigo o professor
Carlos Rebelo e ilustrado pelo vosso criado.
À venda nas boas livrarias.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Vox populi, vox Dei.

- Queremos pão!
- Queremos pastéis de nata!
- Com canela!

sábado, 21 de novembro de 2009

Casal trigueiro.


Ilustração para uma publicação sobre os 100 anos da república.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Inch'Allah - Oxalá falássemos cónio!


A língua portuguesa tem muitas influencias. É um dado certo.
Ainda hoje utilizamos muitas palavras de origem árabe no
dia-a-dia como o incontornável "oxalá". Pergunto-me como
seria o nossa idioma se ainda falássemos a antiga língua dos
Cónios, um povo anterior ao lusitano e de provável origem
celta. É de notar que já utilizavam a escrita muito antes da
chegada dos fenícios. Um povo culto, na zona do actual
Portugal antes da chegada do latim dos romanos... isto
deixa-me sonhador. Que herança teremos hoje dessa
civilização agora no esquecimento e cujo nome faz rir
alguns adolescentes amadores da leitura com uma mão.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Literatura de cordel

Antigamente, e antes de existirem os quiosques de revistas,
vendia-se folhetos contendo a mais diversa prosa ou poesia,
pendurados em cordéis, (ou barbantes). Daí o nome deste
tipo de literatura de venda ambulante. Aliás, segundo parece
ainda se pratica de maneira muito comum no Brasil.
Os mais atentos dirão : "Cadê o cordel no desenho?"
Pois... só aparece na versão a tinta que porei em breve
num outro comentário onde eu tenha menos a cabeça no ar...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A lenda do Cárquere

Portugal é uma terra rica em lendas do princípio da idade média.
Esta ter-se-à passado em Britiande, perto de Lamego,
sendo o protagonista Egas Moniz, aio do nosso primeiro rei.
Hoje pode não encontrar relíquias medievais naquela zona,
mas encontrará uma gastronomia e uma hospitalidade que
o obrigará a fazer mais um furo ao seu cinto.
(Uma amável informação da
"Associação dos amigos dos suspensórios").

domingo, 15 de novembro de 2009

Rapariga em flor.

Todos nós tivemos um amor de infância, alguém cuja simples
presença nos fazia corar e agir como um perfeito idiota. A minha
maga desses tempos tinha sardas no nariz e tocava Beethoven.
Não me cansava de ouvir "Für Elise" tocado pelos dedos adoráveis
daquela rapariga em flor.

Jeune fille en fleur/ Blossom girl

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O calendário do Papa/ Le calendrier du Pape/ The Pope and the calender


On est au 16 eme siècle. Le Pape propose un défi aux savants du
monde entier: Elaborer un calendrier qui remplacera le vieux
calendrier Julien et ses imperfections.

XVI century. The Pope offers a new challenge to the world cientists:
To elaborate a new calendar to replace the old Julian calender...

Mais uma ilustração para o livro da editora Plátano sobre a vida
e obra de Pedro Nunes, o matemático português do seculo XVI.
Infelizmente, este faleceu antes de se poder dedicar a corrigir
os erros do calendário Juliano, tarefa pedida pelo Papa, em Roma.
Velhos tempos, em que o mundo pedia conselhos a Portugal...

A legenda do desenho, não incluida no livro:
-Tem a certeza que deixou as chaves
do carro em cima desta mesa?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vaidade, Tudo Vaidade!


Vaidade, meu amor, tudo vaidade!
Ouve: quando eu, um dia, for alguem,
Tuas amigas ter-te-ão amizade,
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.

Vaidade é o luxo, a gloria, a caridade,
Tudo vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua mãe...

Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no mar com minha escuna,
E ninguem me valeu na tempestade!

Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, ve lá! eu volto-lhes o rosto...
E isto em mim não será uma vaidade?

António Nobre in "Só"

Gordinhos,gordinhas!

Nós gorduchos, bolachudos, bochechudos,
rechonchudos e outros roliços, também
temos umas palavras a dizer!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A guerra dos sexos

No princípio do século vinte, houve um movimento feminista
pseudo-científico que decretou de maneira "empírica" que as
diferenças entre os sexos eram demasiado evidentes para que
estes proviessem de um antepassado comum. Assim, enquanto
as mulheres, imberbes por natureza, vieram de um meio aquático
e tinham parentesco com os golfinhos, os homens descendiam
naturalmente dos macacos dos quais ostentavam o sistema piloso.
Um caso curioso é o da minha vizinha que vende na lota de Setúbal
e que tem aquele espaço entre o nariz e os lábios por vezes
alcunhado de "marca de Cupido", pudicamente ocultado por
uma penugem invasora. Será que descende de algum golfinho
do rio Sado mal barbeado?
A ilustração serviu para um livro de História.

sábado, 7 de novembro de 2009

Globalização

Já não é verão mas ainda não se vislumbra o inverno.
Com a globalização saiu-nos na rifa um "eté indien" canadiano.
Se aqui estivesse o Gui, irmãozinho da Mafalda perguntaria
"A culpa é do governo?". Obrigado Quino.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

2012- O ano de que se fala.

Ao longo dos séculos o Homem foi profetizando o fim do mundo.
Alguns paspalhos vão para o cimo de um monte, esperam,
desesperam, e depois desiludidos (!) voltam aos seus afazeres,
novamente à espera da próxima alerta. A data que se segue é
o ano de 2012. Fala-se em calendário Maya, em Bíblia e lá estão
novamente os mercadores de morte a vender livros e a estrear
filmes sobre o nosso fim.
Também tivemos um profeta, cá no nosso jardim à beira-mar
plantado; Chamava-se Bandarra e era natural de Trancoso.
Mas era modesto, só lhe interessava o destino de Portugal
e a qualidade dos seus sapatos. (Era sapateiro).
"Moras onde? Em Portugal? Epá isso é no fim do mundo!" hum...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A minha cabana no quintal


Ivanhoe, Tarzan, Robin dos bosques, o capitão Nemo e tantas outras
personagens da nossa infância fizeram-nos atravessar pontes, escalar
montanhas, montar emboscadas e tudo isso muitas vezes perto de
uma cabanita feita de canas e de latas, escondida como o refúgio de
Robinson Crusoe no canto do quintal... ou da ilha.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Vou explicar novamente...

O piloto - Mestre, eu perceber, percebi! mas não se importa
de explicar novamente?
Pedro Nunes - Você percebe depressa, só é preciso explicar-lhe
durante muito tempo...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bibam os tripeiros!

Todos sabem de onde vem a alcunha de "tripeiros" dada ao pessoal
do Porto e não me vou demorar mais acerca do assunto. Um grande
abraço aos meus amigos da cidade invicta e ao pessoal do norte em geral.
Pessoalmente uma boa francesinha é o que me faz salivar...

sábado, 31 de outubro de 2009

O cavaleiro da Dinamarca

Novamente e para quem possa interessar, estarei pela última
vez nesta edição do AmadoraBD a gatafunhar e a rabiscar
no dia domingo 1 de Novembro, das 15 às 17 horas.
A ilustrar, um desenho para o texto da Sofia De Mello Breyner
"O cavaleiro da Dinamarca", mais uma vez para livro escolar.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Meu Deus! Que feia!

Esta ilustração lembra-me o velho mito de Don Juan, o homem
que teve mais de 2000 amantes, entre elas algumas das mais
feias dos reinos da velha Europa. Na lista guardada por
Sganarelle, o fiel criado do mestre, figuravam mulheres grandes,
pequenas, jovens, velhas, gordas, magras, bonitas, feias e outras
mesmo muito feias. Que coragem tinha o homem! Ou tinha ele
apenas guardado toda a sua vida o espírito dum adolescente
saudável de 14 anos pronto para saltar sobre tudo o que mexe?
Deixo a tradução de uma estrofe da canção do grande
Georges Brassens "Don Juan"...

"E glória ao Don Juan que certo fim de tarde fez reluzir
Aquele cu desprezado que mais não sabia que sentar-se!
Esta donzela é mesmo feia! Há-de ser minha!

Long John Silver

Quem não conhece esta personagem fictícia? Consta que Robert Louis Stevenson inventou uma pequena história para divertir os filhos ao cantinho da lareira, e que todos os dias ia acrescentando novidades ao enredo. Mais tarde acabou por deitar a narrativa sobre o papel e assim fomos brindados com "A ilha do tesouro".

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pedro Nunes: Uma glória de Alcácer.


Pedro Nunes nasceu em Alcácer do sal no ano de 1502. Foi um sábio que contribuiu e de que maneira para os sucessos dos descobrimentos portugueses. Talvez por a matéria em que se evidenciou mundialmente ter sido a matemática (sim, a tal), foi um pouco esquecido pelos nossos estudantes de hoje. A Plátano editou um livro acessível a todos com textos nascidos da pena sapiente do prof. Henrique Leitão e gatafunhado pelo vosso criado com o título "Chamo-me... Pedro Nunes". À venda muito brevemente. Uma glória mundial portuguesa na matemática , há que lembrar! Assim, já não há desculpa!
"Pedro Nunes? Pedro Nunes... não é lateral esquerdo pelo Vasco Da Gama?"

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deu la Deu Martins


Conhecem aquela história de uns fulanos famintos que estavam
cercados por outros tipos cheios de fome? Os que estavam dentro
do castelo não queriam deixar entrar os que estavam de fora
e os de fora pensavam que já teriam pouco para esperar já que
os de dentro deviam de estar a dar o berro(de fome). Entretanto
um fulana "de dentro" lembrou-se de acenar com uns pãezinhos
acabados de fazer com os restos das raspas dos eflúvios do pó
que restava de uns gramas de sucedâneo de farinha.
Logo, os parvos de fora pensaram que os "de dentro" estavam
a comer à grande e à francesa e que nunca mais eles iriam ceder.
Daí, foram-se embora... Isto passava-se na vila de Monção,
e a fulana era a dama Deu La Deu Martins.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Estamos só em outubro e já é dezembro!



Começa cedo! Nos hipermercados já se nota o começo da campanha de Natal onde se propõe tudo o que não se vendeu na edição anterior , e isto com preços arrebatadores em produtos vindos do quinto império. O desenho? foi o que encontrei mais a ver com este tema. Algo me desagrada nele: Gosto de desenhar caras larocas e senhoras catitas e aqui não foi o caso . Aliás a personagem adulta lembra-me uma figura pública que não vou nomear. Foi sem intenção!


domingo, 18 de outubro de 2009

Quem conta um conto...

Ilustração para "O soldado que foi para o céu" que faz parte da compilação "Contos tradicionais do povo português" pela pena de Teófilo Braga. A sua versão é a mais crua, a mais cruel e até com alguns pingos de sadismo. Com efeito, antes de Walt Disney os transformar em desenhos animados para meninos bem comportados, os contos tinham mais violência que certas passagens da Bíblia!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Morena tenebrosa

Para quem possa interessar, vou estar no AmadoraBD a rabiscar dedicatórias aldrabadas no album do Camões de 2008, nos dias de domingo 25 de Outubro, das 15 às 18 horas e domingo 1 de Novembro, das 15 às 17 horas. Poderão encontrar o dito album no stand do Dr.Kartoon. Tenho esperança que em 2010 já terei algo parecido com uma novidade, desta vez com parceria. Hop! dois estudos para uma cara laroca.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Turismo medieval em Lisboa.

Estamos no ano de 1147, à entrada do verão. Cerca de 200 navios
de cruzados preparam-se para atracar na "enseada amena" como
é conhecida Lisboa. Para quem souber batalhar, o negócio será
frutífero. A publicidade é apelativa: "tudo por quase nada!"
A não ser para alguns que irão deixar cá a pele, pois sabe-se
que a epiderme dos nórdicos é sensível ao nosso sol generoso.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O dia tem 20 horas.

Parece-me haver um salto para a frente no tempo quando se tem um prazo apertado na entrega dum trabalho. Assim, alguns projectos de fôlego são programados para as calendas gregas. Eis alguns estudos para uma BD que está parada há 3 anos... Um tema medieval que provavelmente irá perder-se por caminhos próprios da idade das trevas..