quarta-feira, 31 de março de 2010

Leandro, rei de Helíria

Uma narrativa popular portuguesa retomada por Alice vieira,
e que faz lembrar o King Lear de Shakespeare.

Nhem nhem nhem

Não riam da velhice dos outros, seus papalvos! Se tudo correr
bem daqui a uns anos também estarão a falar a língua do nhem
nhem nhem em longas conversas com o vosso cão. Todos os que
felizmente chegam a velhos passam por isso, a dar dentadas com
medo que lhes caia os dentes postiços ou a dar "gengivadas" nos
grumos das papas para bebés. Um amigo perguntou um dia:
"porque temos de envelhecer? porque é que a natureza não nos
permite viver sãos e saudáveis até ao fim? Quando tivéssemos
de morrer, morreríamos e pronto!" Pois, mas seria mais fácil?
Será que a natureza não nos enfraquece aos poucos para poder
suportar melhor a ideia da morte? Nos dois casos o desfecho é
cruel e resta um dos mistérios da vida. Antigamente, havia o
costume de inscrever nos relógios solares uma frase em latim
que nos relembra a inevitabilidade do que nos espera:
Vulnerant omnes, ultima necat.
todas (as horas) ferem, a última (hora) mata.

terça-feira, 30 de março de 2010

Profissões

Edgar Allan Poe


Há cerca de meia- dúzia de anos atrás propuseram-me tratar
do design, das ilustrações, e de inventar as personagens para
um CD didáctico, a Turma do saber. Entretanto só depois de ele
já estar à venda , é que me dei conta de que apesar de lá constar
o nome de todos os colaboradores, inclusive o da senhora da
limpeza da editora, que se esqueceram de mencionar o meu nome.
O nome do fulano cuja única tarefa foi telefonar-me com um ar
aflito a pedir para lhe "inventar um universo" apareceu em extra
bold a pingar tinta. (Sem mais comentários, que já tenho os pelos
das costas eriçados.)
Para esse CD pediram-me vários retratos estilizados de
personalidades da História universal. Um deles foi um dos meus
escritores predilectos, Edgar A. Poe, o criador do detective Dupin,
um precursor do S. Holmes.

N.B. A culpa não foi de maneira nenhuma da editora,
cujo responsáveis ficaram tão
surpreendidos quanto eu.

Tendências

Desde que se descobriu o carácter bonacheirão e até
carinhoso das enguias, a procura daquele animal pacato
tem aumentado de maneira assombrosa. Elegantes e bonitas
por natureza, tornam-se excelentes donas de casa se tratadas
com carinho. O acasalamento com enguias selvagens e não
registadas é cruel e ilegal. Se o seu interesse for genuíno
e os vossos sentimentos sinceros, contacte-nos em
Enguias do atlântico -noivas. com

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mitos urbanos- Ai que medo!

Depois de um dia a pensar como ilustrar isto ou interpretar
aquilo, o cérebro fica excitado demais para adormecer illico.
A minha técnica: um bom filme de terror às duas da manhã.
Quê? Se estou a brincar? comigo funciona. Após os frames
The end, adormeço como uma preguiça sul americana.
No entanto esta noite o tema do filme Dark Corners não seria
propriamente um sonífero para pessoas inquietas. O tema da
película é o velho mito urbano de que quando estamos a dormir,
haverá algum ser malévolo que nos faz as piores coisas mas que
apesar de tudo nunca acordamos a meio daquela orgia dantesca.
Ao acordar não nos lembramos de nada apesar de sentir uma
sensação vaga de desconforto. Ora a heroína do filme lembra-se
de fazer o que já faz parte deste mito urbano, ou seja de colocar
um Handycam em frente à sua cama para filmar durante
a noite. E quando verifica de manhã.... Horror!
Não conto mais, podem querer ver.
E não se preocupe : Se por acaso acordar de manhã com um
ardor na anilha do rabo será provavelmente por causa da acidez
da sopa de espinafre do jantar e nada mais.

domingo, 28 de março de 2010

As raparigas vêm de Marte


Com os tempos que correm cada vez menos meninas provêm
de Vénus. Hoje em dia vejo as mulheres adquirir tão prontamente
alguns dos piores defeitos dos homens ao detrimento das qualidades
certas que as tornam tão eficientes ao mesmo tempo que
encantadoras, e fico desolado.
Oú sont les femmes???

Uma Ofélia portuguesa

Já não recordo para que texto eu fiz esta ilust' . Por isso vou
chamar-lhe Empregada de café zombie com bandeja de nenúfar,
tendo abusado da água para molhar o absinto e esquecido os copos
em cima do balcão.
O título do post é claro referência à personagem de Shakespeare.

sábado, 27 de março de 2010

Cinco semanas em balão

Ilustração para o texto de Jules Verne. É Um escritor a quem se
deve mais de cem livros e a quem se deve algumas das histórias de
aventuras mais empolgantes de sempre. Muito antes de H.G. Wells
já ele tinha inventado a ideia do homem invisível com O segredo
de Wilhem Storitz e a ele se deve personagens fantásticas como
o capitão Nemo retomadas séculos mais tarde por outros autores
mais recentes.
Escreveu sobre terras que nunca visitou, experiências que nunca
teve, foi um viajante virtual e genial que observou e descreveu
mundos incríveis desde a sua poltrona. Para a posteridade,
o inventor da ficção científica.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Chamo-me... Pedro Nunes



Finalmente está cá fora o livro sobre a vida do génio da matemática
de Alcácer-do-Sal. Um livro a não perder para quem gosta da época
renascentista portuguesa. Os textos do Henrique Leitão são
particularmente apelativos para os mais jovens e fáceis de agradar.
Foi um livro que me deu muito gosto ilustrar já que Pedro Nunes
foi contemporâneo de Camões e que faz parte de uma época em
que o nosso país escreveu das mais belas páginas da sua História.

Goa

Tanto Camões como Bocage estiveram alguns tempos em Goa.
Ambos ficaram divididos pelos sentimentos que inspirou aquela
cidade. Parecia oferecer tanto do melhor como do pior. Uma
aglomeração de extremos. Tal como na ilustração, a beleza
e a fealdade.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O crime do padre Amaro

Aaaah! O pecado de luxúria! O mais difícil de contornar.
Ou talvez não. Para alguns a preguiça, ou até mesmo a gula
serão tentações mais irresistíveis. Claro que para um padre,
fazer espeleologia (ciência que estuda as grutas e cavernas)
dentro das cuecas duma donzela, é mais grave do que para o
comum dos mortais. Mas este padre teve o mérito de explorar
as estalactites já formadas duma mulher adulta.
O tema da obra do Eça foi inspirada num livro de um dos seus
grandes modelos La faute de l'abbé Mouret do Émile Zola.
Não sendo original no enredo, Eça foi magistral na maneira
de contar. Não seria a única vez em que Eça se inspirou em
obras francesas para construir o seu próprio romance.
Quem leu a Madame Bovary do Flaubert verá muitos
paralelismos com o Primo Basílio. Quero dizer que não tira
nada à grandiosidade do escritor português, já que no género
de romances que ele produziu, a enredo é o que menos importa.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Galileu e o seu telescópio

Galileu faz uma demonstração do seu telescópio a alguns
aristocratas italianos. Este aparelho foi uma adaptação
de um brinquedo inventado na Holanda feito para divertir
as crianças.

Continuo atrás de cores


Quem gostar de pintar "bonecos" , que saiba que tem jeito
e quiser entrar num projecto BD (senão neste noutros que virão)
pode entrar em contacto comigo através do meu mail junto
ao meu "perfil" ou através do gio.jorgemiguel@gmail.com
J.M.

Curiosidades: O "bouquet" da noiva

Na idade média a higiene era supérflua. Tomava- se
banho uma vez por ano e esse evento costumava acontecer
antes do verão, ou seja, antes da época dos casamentos.
Maio era o mês ideal para a tarefa. (O mês das noivas).
Também é, e não por acaso o mês das flores. Uma noiva
lavadinha de fresco em maio, a trabalhar na lavoura até
Junho, começava a cheirar seriamente na altura de dar
o nó. Assim, um bouquet de flores frescas e bem cheirosas
encostado ao peito ajudava a ludibriar o nariz do noivo.
Mas há para todos os gostos. O rei francês renascentista
Henri IV, mandou escrever para uma das suas inúmeras
amantes: "Minha querida vou estar ao pé de si daqui a
uma semana, e sobretudo peço-lhe que não se lave!"

terça-feira, 23 de março de 2010

O rei na barriga


Um blog novinho em folha


Convido-os a visitar o meu blog de pintura, entre outras coisas.
Haverá também cartazes publicitários que fiz ao longo dos anos,
capas de livros de óleo sobre pergaminho e fore- edge paintings
da minha autoria. O link encontra-se ao lado, onde mora o pecado.
Jorge Miguel

Djinn

Segundo a tradição do Médio Oriente, os Djinn, ou génios,
foram criados muito antes de Adão. Eram seres mais dotados
que os humanos nos quais tinham alguma influência. Por vezes
musas, por vezes demónios, permitindo desejos mas a grande
custo, os Djinns sempre fizeram parte do imaginário dos homens
nem que fosse para arcar com as culpas do que corre mal.
Seres invisíveis, podem no entanto adoptar várias formas
e assim ludibriar os seres humanos. Ora aqui está uma boa
abébia para os charlatães do sobre natural e fazedores de poções
mágicas em cozinhas Ikea: "Conheça o Djinn da guarda",
" Como enriquecer com os Djinn", etc...
No outro dia ouvi uma tia à saída de uma loja de roupa espanhola
dizer :"Hoje em diaaa não saaaaio à ruaaa sem o meu Djinn."
Mas como tinha cara de usar Avon de taberna, podia querer
dizer Gin... ou que não queria sair à rua em cuecas ou
de saia (jean's).



segunda-feira, 22 de março de 2010

Tira o cavalinho da chuva


Angola- Livro do estudo do meio


Encontrei por acaso os ficheiros de uma série de livros que
foram editados em Angola e que eu pensava ter perdido.
Se bem me lembro o conjunto incluía além do Estudo do meio,
um manual de matemática e um de português. Foi um trabalho
muito agradável visto o universo do aluno angolano ser bastante
diferente do aluno português e permitiu-me desenhar situações
novas e diferentes do que já repito há anos...


Eça e os filhos

Eça com os dois filhos mais velhos, Maria e José Maria,
no jardim da casa de Neuilly, altura em que o escritor
era cônsul na cidade de Paris.

domingo, 21 de março de 2010

More than I can bear

(...)
When I saw you
Walking down the road with someone new
I closed my eyes
I know I'm not over you
It's more than I can bear
(...)
Matt Bianco, 1984

Depois de um dia de trabalho


sábado, 20 de março de 2010

Procuro...

Procuro alguém que possa estar interessado em dar cor a
um album de BD. O meu contacto está junto ao meu perfil.
Obrigado,
Jorge Miguel

Madame Butterfly- Sketch




sexta-feira, 19 de março de 2010

Como seduzir uma mulher?

Comece por calar a boca quando é preciso. Se ela lhe perguntar
se quer jantar em casa dela não comente com cara enjoada
"Tenho andado mal do estômago". Se quando a encontrar na rua
ela lhe confesse " venho agora mesmo do instituto de beleza",
nunca pergunte "estava fechado?"

Ó família! Gostotant' dti, porra!

Egas Moniz, antes de uma patuscada em família onde além
dos filhos de um primeiro casamento, tem como convidado
especial o jovem Afonso Henriques. Depois de enviuvar, Egas
voltou a casar com D. Teresa Afonso, filha do conde das Astúrias,
na minha versão com sinais de um bom apetite.
Um dia do pai feliz para os que merecem a sorte que têm.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um super- herói português

S. Gonçalo é um santo português com poderes de super-herói.
Mover uma pedra de várias toneladas é para ele uma brincadeira
de criança. Actua principalmente na zona de Amarante onde
abundam pedidos de ajuda ao nosso herói.
S. Gonçalo veste uma característica capa preta dominicana e não
aderiu (felizmente) à moda das cuecas por fora dos collants.

Do cu da galinha


Conhecem aquela do tipo que pergunta à mulher o que
é o jantar e que quando sabe que ela preparou língua
de vaca ele responde que não vai comer nada saído de
dentro da boca dum animal e para ela lhe preparar antes
um ovo? ... Ah, já conheciam!...

Clube dos campeões

A base para a capa de um livro de matemática feita há dois ou três
anos atrás para a antiga Gailivro agora pertencente ao grupo Leya.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Atropelamento e fuga


O príncipe sapo

Com a estreia do último filme da Disney , beijar sapos
voltou a ser moda. Nem os maganos mais feios vão precisar
de embebedar as donzelas para conseguir o que querem.

terça-feira, 16 de março de 2010

Fada

Na religião celta os deuses eram a Natureza e os
espíritos da floresta que os representavam.
Os celtas bem se riram quando os romanos e
outras religiões que se seguiram vieram poluir-lhes
a atmosfera com deuses de representação humana.
"Vocês pensam que os deuses são à nossa
imagem? que idiotas!" Riram eles.

Quanto dá em escudos?


Lembram-se da época de grande confusão em que pagávamos
em escudos e recebíamos o troco em euros? A CEGOC pediu-me
na altura para elaborar um tabuleiro de jogo que ensinasse aos
formandos dos seus cursos profissionais a manipular as duas
moedas de forma divertida. O jogo tinha dois baralhos de cartas,
fichas, e um certo ar de Monopólio. Fiz tudo através do computador
mas posso garantir que foi um grande pincel.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vesti la giubba!

Faço minhas as palavras de Ruggero Leoncavallo para interpelar
quem nos andar a governar e dizer: Vesti la giubba!

domingo, 14 de março de 2010

Dás-me a tua que eu dou-te o meu


sábado, 13 de março de 2010

Os Maias- Carlos e Maria Eduarda

Só o título desta mensagem já terá feito ranger os dentes a alguns
de vós; Lembranças desagradáveis de liceu, testes, exames, horas
a fio a remoer a mesma página com o pensamento: "Ainda falta ler
isto tudo?" Certos livros têm de ser lidos já depois do tempo de
estudante, já com mais maturidade, com com calma e sem essa
obrigação que no adolescente funciona como um repelente ao que
se lhe põe à frente. Os Maias é uma dessas obras que merece ser
relidas. O argumento, se se retirar as figuras de estilo, o contexto
histórico, o talento de narração, até podia ser o guião para uma
telenovela barata sobre amores e incesto. Felizmente Os Maias
são dois calhamaços magistralmente escritos com uma centelha
de génio. Se retiramos a penas a um pavão o que fica no final?
Um galináceo. No entanto são esses ornamentos que lhe dão
aquele panache, aquele andar emproado, aquelas poses de
fidalguia.
Faça o teste do pavão à esplanada dum café. Escolha uma
garota especialmente vistosa e garrida. Retire-lhe (mentalmente!)
a tinta da cabeça, o blush, o rímel, os saltos altos, os collants,
os berloques de bijuteria, devolva-lhe o buço discreto etc...
O que fica? Se a imaginar com um vestido preto e o cabelo
apanhado terá a surpresa de voltar a "ver" uma moça de aldeia
simples e acanhada como nas fotos dos nossos avós.
E que giras que eram as nossas labregas de antigamente!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Salvem as louras!


A Finlândia será o último país onde poderemos encontrá-las.
Segundo uma pesquisa feita recentemente, as pessoas louras
poderão estar extintas daqui a duzentos anos. As razões serão
diversas e não vou estar a mencioná-las sem ser politicamente
incorrecto. Sempre haverá as louras L'Oreal 223F e as platinadas
Robbialac H215, mas não será a mesma coisa; Um ou outro pêlo
estratégicamente colocado denunciará definitivamente a impostora.
Se for daqueles que conta anedotas de louras, poderá dizer:
"Ainda bem, assim o Q.I. mundial subirá de uns dígitos."
Uma loura (genuína) disse certa vez "As louras não são mais
estúpidas que as outras. Ser morena e pintar o cabelo de louro,
isso sim , parece estúpido." Claro que ela não queria falar das
senhoras que querem esconder alguns cabelos brancos. Queria
falar daquelas que acreditam no ditado que diz que os homens
acham mais piada apalpar o traseiro a uma loura de que a uma
morena. Antes que elas desaparecem da face da terra, uma palavra
aos cavalheiros: Não sejam maus com as lourinhas. Não contem
anedotas que lhe roubem a auto- estima. Brinquem com elas, falem
com elas para além dum Ó filha és tão boa para mostrar que as
apreciamos. Quero eu lá saber do Willy, salvem as louras,
precioso património da humanidade.
Dixit.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O melhor jogador do mundo

Isto não é uma anedota. Passou-se realmente durante
o período do meu serviço militar. A zona de Lamego é das
mais bonitas de Portugal e guardo daqueles cantos lembranças
formidáveis. Vou começar por uma piscadela de olho ao Eça
e para quem leu Singularidades de uma rapariga loura .
Começou por dizer que a sua casa era simples e que se chamava
Jenórimo. Vindo eu de fresco do estrangeiro naquela altura,
e pouco habituado ao sotaque do norte, só passados alguns
segundos percebi que se tratava de Jerónimo. Aliás ainda
cheguei a ouvir a variante Jemórino.
Era uma pessoa simples, de carácter franco e de amizade
genuína. Já havia TV por satélite no café duma pequena aldeia
perto da cidade, onde costumávamos ir contar histórias às duas
empregadas com formas generosas e de bochechas rosadas.
Um canal inglês passava um jogo entre equipas "bifes". Houve
seis golos, três de cada lado. Cada vez que davam a repetição
em câmara lenta aparecia no ecrã a mensagem "Replay".
A cada golo o Jerónimo exclamava: "Golo! Quem marcou?
ah! o Replay" ... "Golo! quem marcou? outra vez o Replay!"
Ao sexto golo, a estocada final: "Golo! Outra vez o Replay?
este Replay é o maior!"

10 de março- Dia de todos o perigos

Sharon Stone, Chuck Norris, Bin Laden... Onde é que fui calhar!

terça-feira, 9 de março de 2010

Envelhece-se até morrer!

"Se não nos é permitido viver até ser muito velho,
pelo menos deixem-nos nascer mais cedo!"

Pierre Dac

segunda-feira, 8 de março de 2010

Deus existe?

As aulas de filosofia do liceu davam quase sempre para rir;
Sobretudo quando um autor estudado tentava provar a existência
de Deus. Certo dia veio à baila um autor francês nascido no
século XIV e autor do meloso Paul et Virginie. Uma das teorias
do homem era que se o melão já vinha com as fatias traçadas,
era porque Deus quis indicar ao Homem que aquela fruta lhe
era destinada e já lhe tinha facilitado o trabalho. Claro que
parte da turma começou logo a palrar com frases a começar
com "Então nesse caso porque é que..." Já estão a ver o filme.
Deixo uma frase do Bernardin de Saint-Pierre para se deleitarem
tirado de Etude de la nature XI.

O melão foi dividido em fatias pela natureza para
ser comido com a família. A abóbora, que é maior,
pode ser comida com os vizinhos.

domingo, 7 de março de 2010

Femme coquette

A gonsdipação com que esdou e o estado lasdimável em que be
engondro imbede-me de esgreber bais do gue isdo. Adé breve.

sábado, 6 de março de 2010

Beata

" Mesmo no dia da minha morte, não acreditarei em Deus.
Esperarei pelo dia seguinte."
Jean-Marie Gourio (humorista francês)

sexta-feira, 5 de março de 2010

Martim Moniz- Um estudo

Um estudo do herói que morreu entalado na porta
que hoje tem o seu nome no castelo de Lisboa. Este
projecto já está parado há mais de três anos. É pena
para mim. Só Mefistófeles vende tempo e cobra
juros altíssimos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Curso de expressão artística - 7ª Edição-MAEDS-2010

Caso as letras na imagem pareçam pegadas de mosca num
túnel do metro em hora de ponto, aviso já que mando o ficheiro
em formato PDF para quem estiver interessado.
O MAEDS (Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito
de Setúbal) vai apresentar a 7ª edição de um curso de
expressão plástica. No curso serão abordadas várias disciplinas
sob a orientação de professores especializados. As aulas serão
sobre o Design, o desenho vectorial (Adobe illustrator),
o Princípio das Artes Visuais, a Arte parietal a partir da
pré-história, a paisagem megalítica de Monsaraz, a Fotografia,
a iniciação à Tapeçaria e uma aula sobre BD com exercícios práticos,
além de outras animações culturais . Por sorteio vou dar a aula
de tapeçaria. Já sabem o que os espera.
Para mais infos, visitem o site:
http://www.maedseventosactividades.blogspot.com/

quarta-feira, 3 de março de 2010

Retrato de Antero de Quental

Eça de Queirós costumava chamar-lhe Santo Antero. Realmente
aqui fi-lo com cara de anjinho. Escondia bem o jogo, o Antero!
Apesar deste ar celestial bateu-se com o Ramalho Ortigão num
duelo à espada e conseguiu ferir o gorducho num braço. Não foi
por causa dele inadvertidamente lhe poder ter chamado
"caixa de óculos". Foi por Antero ter supostamente insultado
a honra do poeta veterano António Feliciano de Castilho que
ainda quis lutar pessoalmente mas renunciou quando
(mesmo a tempo) lhe relembraram que era cego desde
os seis anos de idade.

Via romana

Foram os bem organizados romanos que normalizaram
a condução à esquerda nas suas vias que percorriam todo
o império. A bainha da espada fica do lado esquerdo do
cavaleiro viajante para ser puxada pela mão direita.
Assim, evitava-se o entrechoque do armamento que ficava
pendurado ao cinto e um emaranhar de metais e couro que
seria embaraçoso.
Os ingleses ficaram-se por esta tradição à esquerda. Ainda hoje
alguns turistas menos atentos do continente arriscam a vida
ao atravessarem uma estrada britânica e olham para o lado errado.

terça-feira, 2 de março de 2010

Despejaram um penico na cabeça do Bocage.

Antigamente ouvia-se gritar Água vai quando alguém
despejava o penico na rua quando o ar de casa começava
a cheirar à época dos saldos nos lupanares. Uma noite que
Bocage passeava numa rua estreita e que o frugal jantar
lhe deu a volta às tripas, arreou as calças, afastou o gibão
e toca de moldar um bronze. Uma menina do primeiro andar
que tinha na cabeça um toucado, esqueceu-se de avisar os
transeuntes quando verteu do penico uma mistela de
mijo e merda, como que baptizando assim o poeta.
Bocage, apanhado com as calças na mão e apontando para
a sua escultura ainda fumegante no chão disse:

- Ó menina do toucado,
Já que tem a mão tão certa,
Venha buscar a oferta
Que ficou do baptizado!


Desenho extraído de Chamo-me Bocage, ed. Didáctica