segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Águia e a Coruja

Vou tentar resumir à Lagardère uma fábula à la manière .
(Expressão ouvida numa tasca de Lamego, O enfarta-brutos.)

Uma águia e uma coruja preparavam-se para ir caçar,
quando a coruja lembrou-se de recomendar:
-Ó águia, lembra-te que deixei os meus três filhotes no
meu ninho e tu vê la se esses não os comes!"
A águia perguntou:
- E como é que reconheço os teus rebentos?
A coruja:
- É fácil, são três adoráveis anjinhos, de bico perfeito e
de cara laroca num corpinho elegante.
A águia:
-Tá-se bem.
Já a águia andava a voar quando avistou um ninho com
três horríveis monstrinhos atarracados, depenados e de bico
atrofiado. Olhou para o bloco de notas e verificou que não
correspondiam à descrição feita pela coruja. Logo, engoliu-os.
Na altura de dar explicações culpou a pobre coruja por lhe ter
dado informações erradas acerca das crias. Parece ter nascido
aqui a expressão Mãe-Coruja.
Quanto à moral da história, basta ter filhos para a adivinhar.
Para os que não têm, improvisem: O que mais há é corujas
solteiras com as penas das caudas a dar-a dar.