Todos nós temos um sonho... ou para parafrasear Voltaire,
um ideal no melhor dos mundos possíveis. Uns aspiram a uma
situação profissional em que ninguém lhes possa pisar os
calos, outros à riqueza no meio de odaliscas suadas, outros a um
amor-paixão arrebatador, outros a uma telenovela ao fim do dia.
Aspiramos todos à saúde dos nossos e claro também da nossa.
Esta busca do caldeirão no fim do arco-íris, do tesouro ao fim
da viagem, assemelha-se muito a um labirinto de ratos de
laboratório. Que você seja um físico nuclear ou simples
encarregado de preencher o espaço vazio nas letras "o",
acaba por fazer o que a vida quis de nós, como entre as mãos
de um cientista louco. Com os media sempre a impingir estilos
de vida de que não precisamos, salivamos como cães de Pavlov.
Prometem-nos água, mas morremos de sede. A religião promete
fontes e rios mas do lado de lá. Um argumento bem conveniente
e impossível de verificar tal como as contas bancárias dos senhores
das seitas. Não haverá por aí um Deus mais bonacheirão que nos
deixe espreitar só um bocadinho? Só para tornar menos penosa
esta vida de rato de laboratório?
(E já agora as odaliscas suadas podiam servir de guia).