quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Full color

A versão a cores do esboço "literatura de cordel".
Os alfarrabistas sempre me intrigaram. São uma mistura de
taberneiros e de filósofos ignorados. Conheci um (já bem velhote)
que me contou um pouco da sua vida. Disse ele ter viajado muito,
ter conhecido todos os continentes, ter ganho e perdido grandes
fortunas. Chegou a estar noivo de uma cantora de ópera.
Hoje vendia-me "Mundos de aventuras" e velhos álbuns do "Tintin"
em segunda-mão, num ambiente quase sufocante que misturava
o cheiro do bagaço, do tabaco preto e do pó da pasta de papel.
Falava algumas palavras de várias línguas e citava Schopenhauer
e Nietzsche.
Seria realidade ou estava ele simplesmente a vender-me
mais um "mundo de aventuras" inspirado nas suas leituras
aos quadradinhos? E no final isso importa?