sábado, 24 de abril de 2010

A maçã do nosso pecado.

Durante o meu serviço militar, tive o prazer de pertencer
a um regimento que tinha uma quinta soberba onde se
cultivava frutos maravilhosos e legumes suculentos.
A mão de obra eram claro os desgraçados que o Estado foi
buscar a casa para os largarem no desemprego uns meses depois.
Tive a ocasião de visitar essa quinta enorme onde abundavam
macieiras de tipo Bravo Esmolfe que são uma maravilha de
sabor. Perguntei-me ao longo dos meses porque é que no refeitório
(incluindo o da messe de oficiais) comíamos umas maçãs farinhentas
já sempre "tocadas" e à beira da podridão. Soube entretanto que
eram de origem estrangeira, interceptadas provavelmente pelo
nosso exército durante o trajecto entre a lixeira e a pocilga
dos porcos. As nossas deliciosas maçãs Bravo Esmolfe eram
exportadas ou cedidas a adidos militares estrangeiros.
Pelo que me vem pelas notícias no nosso país, não é só no mundo
militar que isso vai acontecendo. Está a acontecer a mesma coisa
com os nossos queijos, enchidos, vinhos, leites, azeites, etc..
produzimos o melhor, vendemos, e comemos porcaria importada
e certificada pela ASAE.