quarta-feira, 31 de março de 2010

Nhem nhem nhem

Não riam da velhice dos outros, seus papalvos! Se tudo correr
bem daqui a uns anos também estarão a falar a língua do nhem
nhem nhem em longas conversas com o vosso cão. Todos os que
felizmente chegam a velhos passam por isso, a dar dentadas com
medo que lhes caia os dentes postiços ou a dar "gengivadas" nos
grumos das papas para bebés. Um amigo perguntou um dia:
"porque temos de envelhecer? porque é que a natureza não nos
permite viver sãos e saudáveis até ao fim? Quando tivéssemos
de morrer, morreríamos e pronto!" Pois, mas seria mais fácil?
Será que a natureza não nos enfraquece aos poucos para poder
suportar melhor a ideia da morte? Nos dois casos o desfecho é
cruel e resta um dos mistérios da vida. Antigamente, havia o
costume de inscrever nos relógios solares uma frase em latim
que nos relembra a inevitabilidade do que nos espera:
Vulnerant omnes, ultima necat.
todas (as horas) ferem, a última (hora) mata.